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Família de jovem que teve grave reação alérgica após cheirar pimenta luta na Justiça para que Prefeitura de Goiânia forneça tratamento domiciliar

Defesa da família solicita que a Justiça obrigue o município a cumprir com liminar emitida em novembro de 2023. Família justifica que jovem está em uma sit...

Família de jovem que teve grave reação alérgica após cheirar pimenta luta na Justiça para que Prefeitura de Goiânia forneça tratamento domiciliar
Família de jovem que teve grave reação alérgica após cheirar pimenta luta na Justiça para que Prefeitura de Goiânia forneça tratamento domiciliar (Foto: Reprodução)

Defesa da família solicita que a Justiça obrigue o município a cumprir com liminar emitida em novembro de 2023. Família justifica que jovem está em uma situação delicada e que ainda corre risco de vida. Thais Medeiros de Oliveira é internada na UTI após passar mal ao cheirar pimenta em Anápolis Matheus Lopes de Oliveira/Arquivo Pessoal A família da jovem Thais Medeiros, que teve uma grave reação alérgica depois de cheirar pimenta, pediu na Justiça que a Prefeitura de Goiânia forneça tratamento domiciliar a ela. No pedido, a defesa da família solicita que a Justiça obrigue o município a cumprir com a liminar emitida em novembro de 2023. “O home care é necessário e é um direito nosso. É uma equipe completa. A gente não é profissional. A gente precisa de profissionais para nos ajudar a entender o quadro da Thaís”, explicou o padrasto, Sérgio Alves. ✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp A decisão de 2023 determinou o fornecimento do serviço de uma das Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar (EMAD), com atendimento nas áreas de fisioterapia e enfermagem, além do serviço de transporte para consultas ou tratamentos em unidades de saúde, bem como dos insumos e equipamentos solicitados pelos profissionais dessas equipes. A família afirmou que a decisão não foi cumprida. No dia 16 de setembro, foi feito um pedido para que a Justiça Federal tome medidas coercitivas para garantir o cumprimento da ordem. "O município, além de resistir à execução da medida judicial, atua de forma dolosa, tentando se eximir de sua responsabilidade com desculpas frágeis e contraditórias", diz o documento. Em nota (texto completo abaixo), a Prefeitura de Goiânia informou ao g1 que recorreu da decisão judicial porque a jovem não se enquadra nos critérios do serviço de home care custeado pela prefeitura. O suporte é oferecido a pacientes que necessitam de respirador, diz o texto. A prefeitura informou ainda que ofereceu atenção domiciliar por meio visitas de equipe multidisciplinar de saúde, mas que a família não aceitou. LEIA TAMBÉM Relembre trajetória de luta para recuperação de jovem que passou mal após cheirar pimenta Jovem que teve grave reação alérgica após cheirar pimenta é internada no dia do aniversário Um ano após ter grave reação alérgica a pimenta, jovem não anda nem consegue falar Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, internada após cheirar pimenta, consegue se sentar durante fisioterapia, diz mãe Reprodução/Redes sociais Atendimento domiciliar A liminar que determinou o pagamento do tratamento foi emitida pela Justiça Federal no dia 17 de novembro de 2023. A decisão foi direcionada à União, ao Estado de Goiás e à Prefeitura de Goiânia. No entanto, no decorrer do processo, a União argumentou que a responsabilidade pela execução do atendimento domiciliar é dos municípios. De acordo com o governo federal, as cidades têm gestão plena do SUS em suas localidades, cabendo ao Ministério da Saúde apenas o repasse adequado dos recursos financeiros. O padrasto de Thais contou que a jovem chegou a ganhar o chamado home care, que é o atendimento domiciliar, de uma empresa de Goiânia. No entanto, ressaltou que a validade era de seis meses e que esse prazo já acabou. Ao solicitar o pedido de urgência para que o atendimento domiciliar seja fornecido pela prefeitura, a defesa da família de Thais justificou que a jovem está em uma situação delicada e que ainda corre risco de vida. “A importância de que seja concedida a tutela de urgência reside na necessidade de cumprimento do direito à saúde e do princípio da dignidade humana, ambos previstos constitucionalmente. Ela [a Thais] está numa situação delicadíssima ainda, correndo risco de vida”, afirmou Camilo Rodovalho, advogado que representa a família de Thais. Thais Medeiros de Oliveira foi internada na UTI após passar mal ao cheirar pimenta, diz namorado Arquivo Pessoal/Adriana Medeiros Negativa de cumprimento A defesa da família de Thais diz que a Prefeitura de Goiânia já foi notificada sobre a necessidade do pagamento e que estaria descumprindo a decisão judicial. No documento enviado à Justiça, os advogados da jovem ainda pontuam que a prefeitura estaria alegando que a “família da paciente recusou a inclusão dela no Equipe Multidisciplinar de Saúde (Emad)”. Segundo o advogado Camilo Rodovalho, a alegação feita pela prefeitura não é verdadeira. “Não tem qualquer respaldo fático, uma vez que, o que ocorreu foi a utilização temporária de uma doação de home care, a qual durou seis meses e já se encerrou", escreveu o advogado no pedido. Relembre o caso Jovem que foi internada após cheirar pimenta chegou sem pulso a hospital, diz namorado Thaís Medeiros de Oliveira estava na casa do então namorado, em Anápolis, almoçando com a família quando cheirou um pote de pimenta bode em conserva e passou mal. A jovem foi levada às pressas para a Santa Casa de Anápolis e logo foi transferida para Goiânia. O episódio aconteceu no dia 17 de fevereiro de 2023. A jovem teve sequelas no cérebro devido à reação alérgica severa, não anda e nem fala. Além disso, a jovem ficou mais de 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e posteriormente apresentou quadro de pneumonia. A mãe da jovem, Adriana Medeiros, afirmou que a filha tem bronquite e asma e já sofria com crises alérgicas, inclusive, chegando a ficar cinco dias internada com uma bactéria no pulmão. A família de Thais conseguiu comprar uma casa com doações que recebeu A família de Thais conseguiu comprar uma casa com doações que recebeu A notícia foi compartilhada nas redes sociais da jovem em abril. "[A casa] é pequena, mas é suficiente para que a gente possa morar e cuidar da Thais. Vão ser feitas adaptações, pessoal vai fazer uma reforma aqui", afirmou Sérgio Alves, padrasto da jovem. NOTA - Secretaria Municipal de Saúde / Prefeitura de Goiânia A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que o Sistema Único de Saúde (SUS) não reconhece nenhuma política pública de Home Care. Goiânia custeia, com recursos próprios, um serviço para pacientes que saem da UTI, vão para casa, e precisam de respiradores, ou seja, não conseguem respirar sozinhos, o que não é o caso da paciente em questão. Portanto, ela não se enquadra nos critérios de atendimento do serviço municipal e, por isso, o município recorreu da decisão. Esclarece ainda que a decisão judicial existente é para que seja fornecida à paciente atenção domiciliar na modalidade AD2, que são visitas de equipe multidisciplinar de saúde, mas a modalidade não foi aceita pela família. A paciente já é assistida por esse serviço por uma equipe multidisciplinar do Crer. Reitera que não há como disponibilizar profissional de enfermagem 24 horas, uma vez que a paciente não atende aos critérios do serviço que se destina à pacientes que necessitam de respiradores. Secretaria Municipal de Saúde (SMS) 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás. VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

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